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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quando a cidade do Recife é apenas um detalhe

Por Edilson Silva
Recife está sendo palco, neste processo eleitoral, de uma situação que se pode chamar dramática. A cidade virou mero detalhe no exato momento em que ela deveria ser o centro das atenções.

O anti-democrático sistema político-partidário desfalcou a população da presença de importantes quadros no debate sobre os rumos da cidade. O prefeito João da Costa – não vai aqui nenhum juízo de valor sobre sua gestão, foi vítima do PT. O deputado Paulo Rubem Santiago, foi vítima direta do PDT e indireta da fome incontrolável de poder do governador Eduardo Campos.

A acomodação aos maiores condomínios de poder, pensando-se sempre no futuro dos agrupamentos políticos e não no presente e no futuro da cidade, cria ajuntamentos sem princípios. A cidade e sua gestão transformaram-se em mera moeda de troca por perspectivas de poder em outros níveis: pensa-se no senado, no governo do Estado, na presidência da República, menos no Recife.

Para piorar a situação, há os que falam em transformar o Recife numa empresa, a ser gerida por um técnico. Seria o coroamento da conversão de nossa cidade em um mero pontilhão que liga interesses privados a orçamentos muito maiores que o da nossa querida cidade.

Desvencilhar-se desta equação despolitizada e anti-republicana, resignificando seu protagonismo histórico, sua condição indomável e rebelde, é condição inescapável de nossa cidade para se construir soluções para os graves problemas que temos – não solucionados e até agravados por gestões que se revezam e que hoje se apresentam distribuídas em vários palanques. Sem liberdade, democracia e participação popular, todos os caminhos vão perpetuando nossa cidade como mero detalhe desta feia paisagem política.

Presidente do PSOL-PE

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