Amig@s, apoiador@s, eleitor@s, passados pouco
mais de trinta dias das eleições em que fomos distinguidos com uma votação
muito expressiva para a Câmara de Vereadores do Recife, e que mesmo sem o
alcance do quociente eleitoral nos dispomos a construir um Mandato Cidadão,
vimos aqui prestar contas de nossas ações neste curto período.
Preocupamo-nos, nos primeiros vinte dias após
as eleições, em formatar minimamente o que seria esta nossa iniciativa.
Realizamos um chat via internet, duas plenárias presenciais e virtuais e também
um seminário, também presencial e virtual. Nestes momentos, fizemos um mínimo
planejamento e definimos tarefas aos colaboradores voluntários.
Dentro do planejamento mais imediato, colocamos
a análise e construção de proposições em relação aos privilégios na Câmara,
como o auxílio-paletó; articulação política para buscar garantir a Tribuna
Popular na Câmara e outras medidas de garantam participação popular naquela
Casa; intervenção política mais imediata nos temas relativos ao Mês da
Consciência Negra, que é em novembro e já estava batendo à nossa porta. Tudo
isto sem prejuízo das demandas dos movimentos concretos da cidade que sempre se
apresentam, como tem sido o caso da Vila Oliveira, no Pina, a luta em defesa dos
Guarani-Kaiowá e a luta em defesa da saúde pública, que se eleva ao patamar de
prioridade em função das políticas levadas adiante pelos governantes locais. Do
ponto de vista mais organizativo e administrativo, definimos por constituir uma
conta corrente específica para recebimento de doações e dinamizar uma forma de
pagamento via internet, assim como ver as possibilidades de manutenção do
espaço do antigo comitê de campanha como escritório do Gabinete Cidadão.
De concreto, conseguimos fazer um bom estudo
sobre a situação dos privilégios na Câmara, com o amigo e advogado Pedro
Brandão nos assessorando. Levamos a questão também para assessorias
legislativas de outros mandatos do PSOL em outras capitais e já temos uma
acumulação teórica, política e técnica melhor embasadas para passar à segunda
fase, que é colocar em ação as medidas práticas. Esperamos poder já no início
de dezembro dar entrada nas ações judiciais e políticas.
Na questão da intervenção política junto aos
movimentos vivos da cidade, estamos cumprindo papel fundamental numa disputa
por espaço na área central do Recife, mais especificamente no Pátio de São
Pedro. Propusemos e estamos contribuindo na organização concreta do “Fórum
Terça da Resistência Negra”. Esta intervenção se dá por conta de ser compromisso
nosso de campanha contribuir politicamente para reaver este espaço para a
cultura afro e indígena-descendente da cidade e região. Há mais de três meses
que o evento estava parado, sem apoio institucional mínimo que sempre teve há
12 anos, e nós conseguimos coloca-lo em movimento de novo, reunindo centenas de
pessoas semanalmente. Esta nossa intervenção já nos garantiu pautar com a
Prefeitura o problema e nos próximos dias deveremos estar nos reunindo com os
que estão fazendo a transição das gestões na área da cultura. A prioridade de
tempo e foco nesta intervenção se dá por conta do momento, da oportunidade que
não poderíamos perder de aproveitar o mês da consciência negra para colocar com
força o tema na pauta política da cidade.
Acompanhamos, como pudemos, três situações que nos
foram demandas, mas nos faltou “pernas” para estar mais presentes e
contribuindo de forma mais efetiva: a questão dos Guaranis-Kaiowá; a situação
na Vila Oliveira, no Pina; a situação do HUOC – Hospital Universitário Oswaldo
Cruz, que está sendo sucateado de forma quase criminosa pelo governo do Estado.
Nossas dificuldades de acompanhamento se deram,
sobretudo, por conta das tarefas pós-eleição que estão também nos consumindo. A
pequena equipe de direção estadual do PSOL está, até hoje, envolta nas
prestações de contas de nossas candidaturas, em Recife e outros municípios.
Vencer a burocracia do TRE é uma tarefa titânica e vários quadros estão
totalmente absorvidos nesta tarefa.
Além disso, saímos da campanha com débitos.
Seguimos em campanha financeira, agora para pagar os empréstimos que fizemos
com amig@s para colocar nossa campanha na rua. Já fizemos campanha na internet
e somente no dia 07 de novembro conseguimos cobrir todos os cheques que estavam
na rua ainda. Esta situação nos colocou na condição de só iniciar qualquer
campanha de arrecadação para o Mandato Cidadão após resolvermos completamente
os débitos de campanha. Esperamos – estamos trabalhando firmes para isto -,
saldar todos os principais débitos ainda em novembro, para que em dezembro
possamos iniciar com mais visibilidade as ações do mandato e estar em melhores
condições de dialogar com tod@s a respeito do financiamento do gabinete
cidadão. Por conta desta situação, definimos também entregar o Comitê que
tínhamos alugado e procurar um espaço menor e mais barato, mais próximo à Câmara
de Vereadores.
É importante também salientar que as tarefas
profissionais (sou assessor sindical) e políticas (sou dirigente do PSOL local
e Secretário Geral do Nacional do PSOL), acumuladas nos meses de eleição, além
da atenção à família – que também foi (mais) sacrificada nos meses de campanha,
obrigaram-nos a desacelerar o ritmo de trabalho no projeto do Mandato Cidadão.
Nos próximos dias iremos reunir a nossa
coordenação e faremos uma reunião aberta a tod@s!
Grande abraço e fiquem na paz!
Edilson Silva.
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